ENCONTRAR A CRISTO: A maior necessidade da humanidade hoje

Bíblia

Encontrar a Cristo: a maior necessidade da humanidade hoje

“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela” 2 Tim. 3:1-5. Esta descrição retrata o mundo de hoje. Estamos nos últimos dias. A sociedade está moralmente caída.

Neste contexto, a igreja deveria ser o baluarte da moral, da pureza e dos bons costumes – o esteio das famílias. Mas estaria ela cumprindo o seu papel? O próprio céu declara como Deus a vê. Jesus apareceu a João e lhe ordenou que registrasse cartas para as igrejas ao longo dos séculos: “o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia.” Apoc. 1:11. Observando a ordem, a última – Laodicéia – é destinada à igreja dos últimos dias.

“E ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!… dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu…” Apoc. 3:14, 15, 17.

Embora existam igrejas em cada localidade, todas professando possuírem a verdade e o espírito de Deus, sua semelhança com o mundo desmente sua profissão. Nada se vê da lealdade dos apóstolos, que dedicavam todo o tempo e todas as posses para a obra de salvação das almas, e que nada ostentavam de bens deste mundo. Aborrecendo o mundo e enriquecidos na fé, praticavam o que diziam, enfrentando toda a sorte de perigos para poderem visitar as pessoas nas suas casas, abrir a Bíblia e explicá-la aos que não tinham conhecimento. Eles realmente consideravam a Bíblia como sua regra de fé e prática e viviam “de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mat. 4:4).

Mas a Bíblia foi posta de lado, e toda a sorte de ensinos e costumes de homens é vista. Gradualmente, as igrejas foram se assemelhando ao mundo, amoldando-se aos “costumes modernos”, fazendo-o muitas vezes no objetivo de “atrair novos conversos”. O resultado foi a perda da piedade prática, da fé genuína e do próprio conhecimento da vontade de Deus. Em muitos sermões, mal se cita a Bíblia. A Palavra é substituída por histórias contadas por preletores para agradar o público, as quais não levam os pecadores ao arrependimento, confissão e abandono dos pecados que desonram a Deus e desgraçam suas vidas. E os membros batizados, em sua maioria, tem parco conhecimento dos ensinos da Bíblia, além de não possuírem sequer o hábito de estudá-la (ou mesmo lê-la) por si mesmos todos os dias. Como fruto de tudo isso, as igrejas deixaram de ser um poder para o bem. Em muitos casos, podem ser melhor descritas como centros de convívio social, de cerimônias formais e de eventuais iniciativas de obras assistenciais.

Neste cenário de degradação do mundo e da igreja a humanidade precisa, urgentemente, de uma solução eficaz para seu estado de degradação moral, que possa reconduzí-la na rota em direção a paz com Deus e a harmonia e felicidade entre os homens, ambas há muito perdidas. A boa nova é que a solução está a porta, esperando que os corações desejosos e sinceros lhe dêem entrada. Ela é “Cristo, o Salvador do mundo” João 4:42.

Ele diz: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele coMigo” Apoc. 3:20. Ele Se propõe a ter conosco a intimidade de um amigo o qual convidamos para jantar, e nos dar uma vida de pureza e santidade, vitoriosa sobre o pecado: “Ao que vencer lhe concederei que se assente coMigo no Meu trono; assim como Eu venci, e Me assentei com Meu Pai no Seu trono.” Apoc. 3:20, 21.

O apóstolo Paulo teve esta experiência e por isso exortou os crentes, dizendo: “Porque quero que saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodiceia, e por quantos não viram o meu rosto em carne; para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus – Cristo – em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Col. 2:1-3.

Embora Cristo seja a solução dos problemas da igreja de Laodiceia e do mundo, não mudará a ordem de coisas forçando a vontade dos homens. Diz: “se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei” Apoc. 3:20. E conclui na mesma linha: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Apoc. 3:22.

Por estas palavras se entende claramente que o verdadeiro Cristo (e, por consequência, os Seus genuínos representantes), atuará junto aos indivíduos, sem forçar sua vontade. Por esta razão, jamais se apresentará na Terra como um líder político. Ele disse: “o Meu reino não é deste mundo” João 18:36. Contudo, Ele está batendo na porta, falando continuamente ao coração e à consciência de cada homem. Entrará no coração que se abrir para Ele.

Neste ponto, é importante saber: como deixamos Cristo entrar em nossos corações, na prática? Jesus disse: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam” João 5:39. Ao lermos a Palavra, a Bíblia, estamos conhecendo-O.

Patriarcas, sacerdotes e reis O representaram; os profetas O anunciaram e declararam Seu caráter, a natureza e o propósito da Sua missão; homens de Deus do antigo testamento exemplificaram Sua obra como Messias, Profeta, Sacerdote e Rei; e os apóstolos O apresentaram como o Salvador, o Sacrifício pelos pecados do mundo e o Sacerdote intercessor pelos pecadores arrependidos diante de Deus. Do Gênesis ao Apocalipse, Ele é revelado. Portanto, o propósito da leitura da Bíblia deve sempre ser o de encontrar a Cristo, pois ela O revela. Estudá-la com qualquer outro objetivo nos levará para fora do caminho.

Ilustrando o ponto, pode-se dizer que a Palavra é como o mapa do tesouro. O mapa cumpre seu objetivo ao ser usado para encontrar o que buscamos. E Cristo é a pérola de grande valor (Mat. 13:46).

A Bíblia nos ensina que “onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” Mat. 6:12. E reitera o preceito em Lucas 12:34. A repetição é para enfatizar o ensino: se enxergarmos Cristo como nosso tesouro, nosso objetivo ao estudarmos a Bíblia será encontrá-Lo. E “o que busca encontra” (Mat. 7:8). Então, diz Ele: “entrarei, e cearei com Ele, e ele coMigo” Apoc. 3:20. Cristo será o Amigo, Confidente e Conselheiro. Sua voz será ouvida na mente e tocará o coração.

E não apenas isso. As palavras de Cristo “são espírito e são vida” João 6:63. Isso significa que, ao buscar a Cristo pelo estudo da Palavra, Ele nos comunicará Seu Espírito. E por meio dele limpará os íntimos recessos da alma de toda impureza moral e aparará todas as arestas do nosso caráter, pela “lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (Tito 3:5).

Com a alma limpa através da palavra de Cristo, estaremos ligados com Deus. Pois Cristo é o porta-voz de Deus, e por consequência transmite Sua Palavras com fidelidade e precisão tal que elas são as do próprio Deus, Seu Pai. Por isso a Bíblia diz que Ele é o “Verbo” (João 1:14). O que a voz é para o pensamento, Cristo o é para o Seu Pai. Ele mesmo testifica deste fato: “Porque Eu não tenho falado de Mim mesmo, mas o Pai, que Me enviou, Ele Me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar. E sei que o Seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que Eu falo, falo-o como o Pai Mo tem dito.” João 12:49.

Portanto, se recebemos as Palavras de Cristo, recebemos as do próprio Deus. E tendo comunhão com Ele e harmonia com a Sua vontade, estaremos em harmonia com Deus. Por isso Jesus disse: “Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, este é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado de Meu Pai, e Eu o amarei e Me manifestarei a Ele… Se alguém Me ama, guardará a Minha palavra, e Meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.” João 14: 21, 23, 24.

Deus deseja que “conheçamos e prossigamos em conhecer o SENHOR” (Ose. 6:3). Como resultado, “Ele virá a nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” Ose. 6:3. Na época do Israel antigo, esta era a chuva esperada para o amadurecimento dos grãos, deixando-os prontos para a colheita. Usando a figura da chuva serôdia, o Senhor apresenta a promessa do último derramamento do Espírito (chuva), o qual finalizará a obra de aperfeiçoar e enobrecer os membros da igreja, preparando-os para a colheita, quando Cristo voltar para buscar Sua igreja (Apoc. 14:13).

A partir do entendimento de que as palavras de Cristo “são espírito” (João 6:63), concluímos que, ao prosseguirmos no estudo da Palavra com o único objetivo de nela encontrar a revelação de Cristo, buscando-O diligentemente na Palavra como busca-se o ouro perdido debaixo da terra, seremos gradualmente cheios do Espírito até que finalmente a chuva prometida seja derramada sobre nós. Portanto, a mensagem da revelação de Cristo através da Sua Palavra será regada com o derramamento do Espírito prometido. Nas palavras da Escritura: “conheçamos e prossigamos em conhecer o SENHOR; Ele virá a nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” Ose. 6:3

“Cristo” santificará a igreja que receber esta mensagem, “purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a Si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” Efe. 5:25-27.

Posto que a santificação da igreja é a condição para que Cristo venha buscá-la, e  a manifestação de Cristo para os membros da igreja é a condição para que ela seja santificada, conclui-se que conhecê-Lo é a maior necessidade da igreja. E não somente dela. Cristo é a “luz verdadeira, que alumia todo o homem que vem ao mundo” (João 1:9). Portanto, a revelação de Cristo é a necessidade mais urgente do próprio mundo, a fim de que os seus habitantes possam conhecê-Lo, entregar-se a Ele, unir-se a Sua igreja e prepararem-se em tempo para o Seu retorno.

Jesus disse: “e Eu, quando for levantado da Terra, todos atrairei a Mim” (João 12:32). Quando Cristo e Sua obra forem apresentados como realmente são descritos em Sua Palavra e esta revelação for apresentada ao mundo como pérola limpa, isenta da lama das tradições que a envolvem, colocadas por doutrinas humanas, então os homens verão o brilho do caráter de amor de Deus manifesto em Seu Filho, esse atrairá todos os que não endurecerem os seus corações.

Certa vez, Paulo escreveu, relativamente a situação dos judeus que rejeitaram a Cristo: “os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do Velho Testamento… mas quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará” II Cor. 3:13, 16. Da mesma maneira pode-se dizer hoje que muitos não conseguem ver um Deus de amor no relato de várias histórias da Bíblia, especialmente do Antigo Testamento e nas profecias do Apocalipse. O mesmo “véu” está posto, ou seja, a mesma dificuldade de entender a revelação de Deus no trecho lido; não pela rejeição aberta, mas pela falta de encontrar Cristo e Sua obra representados no texto que lêem.

Como no caso dos judeus, quando vêem Ele e Sua obra apresentados naquela passagem, o que era obscuro fica claro e transparece a verdade sobre o caráter da obra de Deus. Misericórdia e justiça são então vistas como estando em perfeito equilíbrio em todo o trato de Deus, desde as eras eternas até os tempos dos séculos, demonstrando também a sabedoria do Seu governo e sua perfeita adequação para promover a felicidade de todas as criaturas.

Quando Deus for visto em Seu verdadeiro caráter pela revelação de Cristo dada na Bíblia, e este conhecimento for anunciado ao mundo, cada ser humano terá condições de realizar uma decisão plenamente consciente em relação ao Seu governo, aceitando-o ou rejeitando-o para a sua vida. Cumprindo o propósito divino, “a Terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” Isa. 11:9. “A vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3). “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” Mat. 24:14.

Deus te abençoe,

Pr. Jairo Carvalho